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Emoções descontroladas podem contribuir no desenvolvimento de alguns transtornos mentais

26/10/2017

As emoções humanas como a raiva, orgulho, inveja e culpa são inatas e muito mais ajudam na nossa adaptação do que atrapalham. Podem, entretanto, se tornar nocivas se ultrapassarem os limites da normalidade. A sobrecarga emocional que ocasionam quando muito intensas causa, invariavelmente, repercussões físicas mediadas pelo  sistema nervoso autônomo e por alterações hormonais relacionadas ao estresse. 

O psiquiatra Luiz Alberto Hetem notou que aumentou o número de pessoas que procuram auxílio especializado se dizendo portadores de algum transtorno mental e que, na verdade, estão sofrendo com as consequências de emoções fortes não reconhecidas adequadamente. “Durante meus 30 anos de prática clínica  percebi que o perfil dos pacientes que procuram o tratamento psiquiátrico mudou. Hoje, recebo em meu consultório mais pessoas com dificuldades de relacionamento, sentimento de culpa, raiva e inveja do que algumas décadas atrás”, afirma.

Para o especialista, as emoções são parte inevitável da existência humana, têm valor adaptativo e não é possível eliminá-las. Sendo assim, a tarefa é identifica-las corretamente e lhes dar um destino saudável. O orgulho e a inveja são mais resistentes à mudança, por serem mais dissimuláveis e de mais difícil aceitação, diferente da culpa e da raiva, que são aceitas com mais naturalidade.

Além de prejuízo à saúde, o cultivo destes sentimentos provoca desequilíbrio e atrapalha   as relações interpessoais, o desempenho como um todo e o desenvolvimento profissional. “Antes que as coisas se compliquem,  é vital olhar para dentro de si em busca de compreender o que está acontecendo e ver o que precisa ser melhorado e o que deve ser preservado”, explica.

Em alguns casos, quando há predisposição genética e dependendo de circunstâncias de vida, a sobrecarga emocional pode contribuir para um adoecimento, o surgimento de um transtorno mental, em geral depressão ou transtorno de ansiedade.

 

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