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Impacto da depressão nos relacionamentos

31/01/2018

A depressão é uma doença que atinge 322 milhões de pessoas no mundo. Este dado é da pesquisa Organização Mundial da Saúde, realizada entre os anos de 2005 e 2015, que também mostra que, no Brasil, 11,5 milhões de pessoas sofrem deste mal.

Este número pode ser ainda maior, se avaliarmos que os sintomas desta doença não atingem apenas a pessoa acometida por ela, mas têm reflexos nas pessoas que estão ao seu redor, prejudicando seus relacionamentos sociais. “A resposta à tristeza, aflição e luto de alguém costuma ser de simpatia, apoio, encorajamento e até proteção.  Com o passar do tempo, entretanto, se a pessoa não melhora, como acontece quando se instala uma depressão, essa resposta positiva dá lugar a frustração, atrito e afastamento”, explica o psiquiatra Luiz Alberto Hetem.

Em casais, por exemplo, em que um dos cônjuges tem depressão, as alterações de humor, desinteresse sexual e desânimo para atividades de lazer – alguns dos sintomas da doença – causam desequilíbrio, tensão e hostilidade na relação. Neste cenário, a insegurança quanto à estabilidade do casamento e sentimento de culpa/remorso geram mais tensão e ansiedade, que aumenta o distanciamento entre o casal e agrava a depressão do cônjuge afetado.

O psiquiatra explica que a pessoa com depressão apresenta prejuízo em todos os seus papeis – filial, conjugal, parental, profissional e social. “Essas limitações são mais evidentes no trabalho e nos relacionamentos mais próximos, com pais, irmão, cônjuge e filhos”, afirma.

Hetem também explica que, muitas vezes, não basta apenas a pessoa depressiva ter acompanhamento psiquiátrico, as pessoas de sua convivência também precisam procurar apoio. “As pessoas mais próximas do adoentado têm papel fundamental na sua recuperação. É um momento bastante delicado para todos, que torna o número de acometidos pela depressão muito maior que os 11,5 milhões, mapeados pela OMS”.

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